Os textos do Sr. Valle Domingues

O Senhor Valle Domingues escreveu acerca da sua experiência no Campeonato do Mundo de Taekwondo Songahm.

Consultem os textos clicando no hyperlink.

A cereja no topo do bolo! Pódio!!!!!!!!

Após duas semanas exaustivas de muito treino, inúmeras reuniões e outras tantas experiências inesqueciveis, tanto pessoalmente como para todo o Taekwondo Songahm em Portugal, chegou o dia de competirmos.





Dormimos bem e por volta das 10 horas começámos a preparação. O Sr. Valle-Domingues, o Sr. Saragoça e eu íamos competir à uma da tarde em escalões diferentes.





Alongámos, aquecemos, stressamos, projectámos e sei lá mais o quê que ámos...só sei que foram dos momentos mais angustiantes de toda a minha história no Taekwondo.





Eu sabia que ia apanhar, pelo menos, 4 competidores dos "top 10" e outros tantos campeões nacionais e regionais.





A verdade é que apanhei um escalão fortíssimo com 16 competidores de topo...e mais do que 4 eram ou já foram dos "top 10".





O Sr. Saragoça e o Sr. Valle-Domingues começaram antes de mim e, estando eu a competir, ia sabendo das suas fortunas e azares.





Fiquei logo a saber que o Sr. Saragoça tinha ficado com o 3º lugar em pumsaes!!!





Pouco tempo depois, vinha a saber que o Sr. Valle-Domingues tinha obtido o 2º Lugar em pumsaes!!





Aqui já eu estava mais do que babado! Os dois alunos que foram comigo para os mundiais, dois dos cintos pretos que eu instrui, acabavam de obter lugares de pódio no campeonato do mundo!!!





E depois...o Sr. Valle Domingues ganha 5 a 0 o primeiro combate! razia!





E...5 a 0 o segundo combate!!! razia de novo...





E aí, fui eu fazer a minha pumsae de 3º Dan. Estava inspirado...senti cada movimento como se fosse o último, final e início de tudo, focado e concentrado, percorri o caminho com dedicação e foco. Dei o melhor que tinha e que sabia.





Fui o 3º a fazer, ou seja, para quem não sabe, estava naquele primeiro grupo que define o nível geral da pontuação para todo o escalão. Os 3 primeiros da categoria fazem as pumsaes e as notas só são distribuídas quando o 3º terminar. A partir daquele momento, cada competidor é pontuado directamente.





Fiquei com a melhor pontuação dos 3.





Mas lá para o meio do escalão parece-me que os juízes se esqueceram da bitola inicial e lá começaram a pontuar melhor outros competidores.





No final, obtive um simpático 4º lugar em pumsae. Foi bom mas penso que o 3º era merecido.





Mas não me preocupo nada! fiquei sorridente e feliz com a minha prestação. A verdade é que estava a competir com atletas que treinam 2 a 5 horas por dia, todos os dias da semana...há que por o Ego onde ele cabe...





E então começou o combate...os nervos apertaram e seguram toda a leveza e agilidade que eu poderia ter. Em cada perna sentia um tronco de árvore e o chão fugia-me dos pés.





O primeiro combate, muitas vezes decisivo, foi ganho a custo. Estava com bastante receio de falhar e de errar estupidamente pelo que optei por ser mais calculista, desperdiçando boas oportunidades de brilhar mas, no final, vencendo.





e, mais solto, lá fui eu subindo na minha categoria até chegar a um ponto terminal, em que tive que me defrontar contra um gorila de 95 kg, com muita flexibilidade e força. Senti-me a ser esmigalhado, senti-me algo patético e amador...não soube o que fazer para vencer esse obstáculo, o que mostra que ainda tenho de treinar mais e melhor.





No final, saí com um 3º Lugar em combates!!! Fiquei lado a lado com o Cesar Ravedutti, um brasileiro que se tornou amigo e "coach" durante o torneio...campeão do mundo, por sinal.




Quanto ao Sr. Reyes, ele fez juz ao Dan que carrega e à posição que tem entre nós.



Não venceu qualquer medalha. Porém, venceu a muitos na atitude que demonstrou.



Durante o seu segundo combate, o Sr. Reyes deu um pontapé martelo prolongado e, na fase final do mesmo, o jelho de apoio cedeu e dobrou para dentro, torcendo os ligamentos cruzados anteriores.



O Sr. Reyes caiu no chão moído em dor e, contorcendo-se para não exaltar um berro, procurou mexer a perna de novo. Corri logo para o seu lado para ajudar no processo com os enfermeiros que já tinham chegado.



Minutos depois, o Sr Reyes voltou a por os protectores e, coxeando severamente, prosseguiu o combate.



Combate que venceu.



Apoiado numa só perna, prosseguiu para o próximo combate e, para minha grande dor, seguiu no combate até ao fim.



Sim, perdeu o combate, mas "venceu" o torneio pela atitude que teve.



Só para verem a gravidade da lesão, o Sr. Reyes foi levado de cadeira de rodas para o jantar!



Pois é...como dizia o meu avô ao meu pai e o meu pai a mim, não é dos fracos que reza a história!



E assim foi.



Duas semanas depois, após uma viagem única pelo universo do Taekwondo Songahm mundial, aprendendo com os Mestres mais graduados e convivendo com competidores dos quatro costados do mundo, estes 4 portugueses voltam com algo nas mãos e muito no coração.

E isto só foi possível porque houve quem me apoiasse...



Obrigado a todos os que me ajudarama realizar este meu sonho! Obrigado a todos quanto acreditaram que éramos capazes, mesmo quando nós o duvidámos.



Obrigado aos que, mesmo desconhecendo a Arte por completa, acreditaram que era importante esta vinda.

Obrigado à Abreu Advogados pelo apoio,

Obrigado aos colaboradores da Abreu Advogados que deram o seu apoio pessoal,

Obrigado aos meus alunos pois são eles a minha inspiração.

Obrigado aos meus alunos mais graduados pois são os meus pilares,

Obrigado aos Instrutores que ensinam em Portugal, em especial aos do Conselho de Instrutores, pois eles foram, e são, os meus Instrutores.

Obrigado ao meu Professor por me ter dado de si esta oportunidade, por me ter mostrado o Taekwondo Songahm e todo o caminho que ele oferece, por me ter mudado a vida e por ter acreditado em mim ao longo de todos estes anos.



Obrigado à Rafaela pelo apoio que me tem dado e por tudo o resto,



Obrigado à minha família por admirarem, ainda que de longe, mas bem de perto, esta minha cruzada,



Obrigado à Nia por não ter desistido,



Obrigado a todos,



Venha o futuro do Taekwondo Songahm em Portugal pois estamos preparados para ele e com as bases necessárias para chegarmos ao melhor nível mundial.



Parabéns a todos.



Parabéns, em especial, aos meus dois alunos e amigos, o Sr. Valle Domingues e ao Sr. Saragoça. É um orgulho ser vosso Instrutor.

Parabéns ao Sr. Reyes por tudo o que desenvolveu em Portugal...

Embaixadores de Boa Vontade

é verdade, fomos recebidos pelo Secretary of State do Estado do Arkansas e foi-nos concedido o título de Good Will Ambassadors do Estado do Arkansas!

Honras de Estado para estes portugueses!

Cerimónia de abertura

Os mundiais são, ao mesmo tempo, o final do circuito anual e o início do mesmo. Ontem à noite tivemos o privilégio de assistir à cerimónia de abertura do ciclo 2008/2009 da maior organização de artes marciais do continente americano.

Foi coisa pouca...

Um espaço chamado "ARENA", tipo pavilhão atlântico, com demonstrações, show media, projecções, encenações, uma cerimónia de Mestres, 4 exames para 8º Dan e outros momentos inacreditáveis pelo meio...

coisa pouca...

3 horas de verdadeiro SHOW!! parecia que estávamos em Las Vegas!

Meus amigos...O Taekwondo Songahm está a milhas, anos luz, do mundo tradicional das artes marciais. É, de facto, uma organização com a base no passado e a visão no futuro!

Hoje em dia, oferecem tudo o que qualquer pessoa comum procura, desde programas especiais de protecção para as crianças a defesa pessoa, armas, luta de chão, MMA, fitness, combate, passando por todas as componetes tradicionais das pumsaes e das defesas e ataques.

A base é sempre a mesma: Taekwondo Tradicional. Em Portugal somos muito marciais, o que é excelente pois é essa a base para se chegar ao resto e não o inverso.

É um orgulho ser parte desta visão do Eterno Grão Mestre Haeng Ung Lee...

Um dia a apreciar os top 10!!

Ontem foi o dia em que apenas nos dedicámos a ver o melhor do Taekwondo Songahm. Vimos os finalistas do circuito anual de competições, ou seja, os top 10!

E, de facto, confirma-se o nível elevadíssimo destes competidores. Assazes e guerridos, o que procuram é o primeiro lugar e nada de menos. Horas dedicadas no ginásio, expostas em diversas competições ao longo do ano, detalhe após detalhe e desafio após desafio, aqueles 10 que chegam aos mundiais são, sem qualquer margem de dúvida, exímios.

As pumsaes são executadas com uma técnica de pernas inacreditável. Não foram poucos os que mantinham os pontapés estáticos a 2 metros de altura...

Nos combates...rápidos, eficazes e muito ágeis. O escalão dos ferraris contou com uma plateia de gente a berrar pois o espetáculo o merecia.

Sei que alguns dos top 10 vão estar lá comigo amanhã a disputar a competição!

Seja como for, competir contra um deles será um privilégio e uma inevitável aprendizagem.

Talk about Marketing...

XTREME

Não imaginam os miúdos de 7 a 18 anos a fazerem flics e flacs e murtais para cá e para lá, rodando armas por todo o lado e sei lá mais o quê!

duas palavras:

Im

Pressionante!!!!

Eu tenho filmes das competições mas estão em DVD e não consigo passá-los para aqui, o que me está a irritar!lolol....

Era só para saberem que ficámos completamente boceabertos com o que vimos...há muito para treinar rapaziada!

Temos alunos e Instrutores com qualidade para chegar a este nível mas há que ter vontade de levar os treinos para novas dimensões.

Vamos a isso!

A minha categoria? FERRARI!

So, what rank are you?

Oh, I'm a 3rd Degree Black Belt

Hmm...how old?

25 years old Ma'am...

AAAAAH!!! So you're competing with the Ferraris!!!! good luck to you then...



Fiquei calado e a pensar no assunto...A verdade é que a minha categoria é a mais competitiva de todo o campeonato.

E eles são muito bons! Aparentemente não estou à altura deles mas eu chego com a perna lá a cima!ahah...

O Sr. Reyes, o Sr. Valle Domingues e o Sr. Saragoça têm, objectivamente, mais hipóteses de levar troféus que eu devido aos escalões em que estão (idade e graduação).

Toca a torcer por eles!! e por mim!!

Competimos todos no domingo: Sr. Valle Domingues, Sr. Saragoça e eu, às 13h de cá e o Sr. Reyes às 14h.

já tou cá com uns nervos que não vos conto...

um pequeno exame...

Eram só 368 cintos pretos a fazer exame, só!

e, diga-se, a qualidade técnica é muito, mas muito, elevada!

Senhor Reyes...

FEZ EXAME PARA 5º DAN!!!!!!!

É verdade...fez hoje exame e correu lindamente..está filmado mas não consigo passar o filme para aqui sem que saiba porquê.

Dêem os Parabéns ao nosso Professor, não só pelo exame dele mas pelo excelente trabalho que ele tem feito por todos nós.

Estava na 5ª fila, na 5ª coluna, no 5º lugar a contar da direita, da esquerda e da diagonal e o seu número era o 392 (a soma unitária dá 5)

querem mais simbolismo?

Que espetáculo!

PARABÉNS SENHOR REYES!!!

O dia de terça-feira

Bem…digamos que foi intenso!

Lá estivemos nós novamente na casa central e depois seguimos para o hotel Peabody.

Para quem não sabe, o “Convention Center de Little Rock” fica situado por debaixo de um hotel e por debaixo da avenida principal da cidade.

Encontrámos logo o Chief Master Ozuna! O Mestre responsável por todos nós é um carisma de pessoa! Inacreditável! Acreditem!

Pouco tempo depois, fomos almoçar. E ainda menos tempo depois voltámos para o hotel.

Fomos para uma das salas de conferência que encontrámos e estes 4 portugas começaram a alongar e a treinar.

Duas horas depois começou o tão esperado treino com o Chief Master Ozuna e com o Grão Mestre...e mais cinquenta brasileiros, paraguaios e argentinos.

Posso dizer que os portugueses foram por várias vezes elogiados e destacaram-se com clareza.

Éramos 4 no meio de cinquenta e marcámos a diferença.

O senhor Saragoça que o diga…pois serviu sempre de exemplo para o Grão Mestre! Está com umas nódoas negras simpáticas nos braços, o que é uma bênção! Ahaha…

E sim…ficámos completamente partidos!

Dói tudo..mais uma vez. Doem os músculos, as costas, o cabelo, sei lá…

European Camp...Surpresa...

Vamos voltar para Portugal com uma ou várias surpresas para o nosso Meeting Europeu...

mas mais não conto!

De um dia pacato à Mestria.

O dia de segunda feira…um dia pacato, sem treino pois tínhamos de resolver mais alguns pormenores com o departamento de material da casa central.

Passámos a manhã a rever encomendas, a tratar dos detalhes, etc…

O normal.

A parte da tarde foi passada no hotel e numas lojas aqui ao lado para comprarmos os mantimentos necessários até ao final da semana, contando dólar a dólar já que o plafond estipulado já bateu no “fond”.

Enfim…um dia rotineiro, por assim dizer.

E, tal como qualquer outro dia, tínhamos de ir jantar. Viemos para o hotel buscar o Mestre Samaniego e fomos jantar ao centro.

O Mestre tem passado por um treino intenso, jejuando e vivendo o esforço no seu limite.

E foi essa experiência que ele quis nos passar, transmitindo-nos algumas introspecções que tem tido ao longo do tempo e, no fundo , aquilo que acredita ser o verdadeiro caminho do Mestre. ~

e aí chegou o Mestre...


O Mestre Samaniego falou com simplicidade, lembrou-nos que a verdadeira função de um Mestre é de viver em comunhão com os que o rodeiam, de dar um pouco de si em tudo o que vive, de viver com intensidade, aprender como se nunca morresse e viver como se morresse amanhã, é de partilhar o que sabe, é de encontrar-se espiritualmente, de crescer e de sorrir todos os dias…é de ser feliz…deixando os outros felizes consigo.

Sim, é verdade. Nada disto é novo. Já todos o ouvimos…porém, não sei até que ponto é que alguém já o sentiu de verdade.

Ao ouvir o Mestre, senti-me a pairar por algum sítio que hoje ainda não consigo explicar. Não era apenas ele que falava…era algo de maior, era algo a que ele tivera acesso e que conseguia estar ali a transmitir-nos por palavras simples e humildes. Tão simples que cada uma delas ecoava no nosso interior, vibrando por todos os níveis da nossa consciência, batendo-nos em cantos e recantos do nosso interior até se instalar em nós como uma mão pousada na alma.

Eu apenas ouvia, apenas saboreava a sabedoria e mantinha-me receptivo na esperança de absorver o que me seria permitido pela minha própria estrutura.

E ouvi…

A pouco e pouco ia-me sentido mais calmo, mais centrado, mais focado, expandindo-me por aquele local e sentindo aquilo que o Mestre tão simples e docemente queria transmitir.

No final, levantámo-nos e eu mantive-me mudo, desconhecendo o que, realmente, me tocara. Sabia que era algo de grande pois o meu coração sentia-se, genuinamente, pleno.

Deixei-me ficar para trás, abrindo as portas para o que me invadira tão fortemente. Aquela suavidade sentida era de uma beleza tão incredulamente nuclear…

Então chorei…deixei escorrer as lágrimas pela cara sem preconceitos. Chorei de alegria e de tristeza, chorei por ter sido tocado por algo tão delicado que alguém comum como eu não poderia esperar sentir, chorei pelo caminho que me levou até ali…chorei por ter visto o que a vida tem para dar…chorei.

O Sr. Saragoça, deu um abraço e, junto com o Sr. Valle Domingues, agradecemo-nos mutuamente por tudo o que nos fez chegar ali.

Saí deste dia pacato com uma experiência que poderia preencher uma vida.

Obrigado Mestre Samaniego,

Obrigado Sr. Reyes (para mim, um Mestre, sempre),

Obrigado a todos os que encontrei neste caminho até agora,

Obrigado aos meus queridos alunos,

Obrigado.

Combater é uma questão de Cortesia

Damos incondicionalmente sem nunca esperar receber de volta.



(Mestre Samaniego durante o jantar)

um dia alucinante

Este dia de segunda feira foi, no mínimo alucinate.

Acordámos ás 7h e fomos logo para a Casa Central para deixar o Professor Samaniego. Uma vez lá, tivemos o privilégio de ver todos os candidatos a Mestres, Senior Masters e Chief Masters a chegarem ao seu treino matinal.

Os Mestres estão de jejum há vários dias pelo que o seu estado emocional e psíquico é muito etério e extremamente sensível. Reparei que estavam atentos a todo o tipo de movimento e de alteração ao meu ambiente deles...

Assim que resolvemos umas coisinhas na Casa Central, fomos para o Gate Garden, no centro de Little Rock. Iria decorrer a cerimónia dos Mestres e nós havíamos sido convidados pelo Grão Mestre para assistir.

Pelas 8h30 começaram os preparativos da cerimónia, cerimónia essa totalmente planeada pelo filho do Eterno Grão Mestre, o Tae Kwon Lee.

E nós os 4, humildes servos de pouca graduação, assistimos a tudo.

Mais, o Senhor Saragoça e o Senhor Valle Domingues foram convidados para abrir os portões do Gate Garden para a entrada dos Mestres!

Pode parecer pouca coisa, porém, abrir estas portas é como abrir uma janela do tempo e que a brisa que por lá passa é a experiência e a sabedoria.

Uma vez realizado o ensaio, dirigimo-nos para conferência de imprensa que se estava a preparar na sala ao lado.

Curiosamente, sentaram estes 4 portugueses ao lado dos Mestres todos!

Eram eles...e nós!

Ouvimos discursos da viúva do Eterno Grão Mestre, do Taekwon Lee, do Grão Mestre e da Vice Presidente da Câmara.

E depois...

este vosso modesto Instrutor teve o privilégio de ser entrevistado para a televisão!!

falei de várias coisas, entre as quais o privilégio que era estar ali, entre os Mestres e tudo o que pude dizer! ainda agradeci a Abreu Advogados pelo patrocínio (não colou)!

mas o que sobrou foi isto:

http://www.todaysthv.com/video/default.aspx?maven_playerId=immersiveplayer&maven_referralPlaylistId=search&maven_referralObject=776752387

Pedro Tanguier!!!

ahahaha!

já aparecemos na televisão numa entrevista mais extensa e, ao que parece, também vai para os jornais.

Depois deste meu momento de fama, assistimos à cerimónia dos Mestres de facto. Foi de uma beleza inigualável...o simbolismo de cada gesto, do acender das velas, da água da fonte, do recebimento dos anéis de Mestre...uma inspiração profunda.

E depois...

lá voltámos nós para a Casa Central "gear up" com material de combate!

Depois de umas horinhas nesta aventura, dado que a Casa Central estava cheia de gente, lá fomos nós para o esperado treino na academia do Chief Master G.K.LEE..

e o que encontrámos?

40 brasileiros, 20 dos quais eram competidores de vários escalões do top 10!!!

Treinámos com eles e sabem o que vos digo?

Portugal está bem e de boa saúde!! somos bons, somos fortes, temos garra e somos muita giros!

pronto, esta última parte talvez seja algo de mais subjectivo.

Lá para o fim do treino pedimos para treinar um pouco de combate e para a sorte dos nossos colegas braisleiros, só nós tínhamos as protecções!

então experimentámos as famosas viseiras dos capacetes. Descobrimos o quão interessante é combater com 3 níveis de visão: a normal, a do plástico e a que fica no meio!

Só vos digo é que estávamos com tanta fome de combate que este sparring foi mais uma descompressão do que outra coisa. Descarregámos uns nos outros a fome de combate que nos vinha a consumir e o resultado?

Um sorriso enorme e uma gargalhada entre nós!

Note-se que comecei por levar um chafapurradão do Professor Reyes! Levei muita martelada na cabeça. Como ele disse e bem: "você estava com excesso de humildade!"

Assim que me passou o excesso, o combate equilibrou e foi emocionante.

No final, o Mestre que estava a liderar o treino só nos disse que usávamos demasiado técnicas para um objectivo simples: marcar pontos.

O que ele não sabia era que nós só queríamos era curtir um bom sparring!

foi óptimo...

Finalmente, voltámos para o hotel e seguimos jantar com o, agora, Mestre Samaniego!

um dia...

alucinante!

e treinámos

3 horas em cima do alcatrão. O dia de Domingo foi bom para entrar dentro de nós próprios e treinar a pumsae através da meditação.

Um dos exercícios foi fazer a pumsae em cima do alcatrão a ferver.

Ao focar na pumsae, o chão permanece indolor.

Ao perder o foco, os pés ardem e queimam.

é interessante como a nossa força pode ser utilizada para o que, realmente, queremos, tal como é importante notar o quão fácil é perder-se o foco quando se desconhece o caminho a percorrer.

é tudo gordo!!!

Estou chocado. Eu sabia que os EUA tinham problemas de obesidade mas não estava à espera de ver tanta gente tão gorda.

A excepção é a magreza. Eu sou um esqueleto que se passeia na rua.

Por exemplo, hoje, no chinês: ao nosso lado sentam-se três miúdas de vinte e poucos anos e cento e poucos quilos cada uma.

Pronto, são morbidamente obesas, tal como todas as outras pessoas que por cá andam.

Primeiro pensamento: coitadas, devem ter problemas...

segundo pensamento: que é que é aquilo que estão a comer?

terceiro pensamento: não admira que sejam obesas!

é que só comem gordura, com gordura e tudo frito com um pouco de gordura! o prato estava rechado de fritos e de marisco...

please!!!

e isto faz-me confusão...

Professor Sameniego

Hoje chegou o Professor do meu Professor, o Professor Samaniego.

Estamos 4 gerações de Instrutores no mesmo espaço...é uma sensação engraçada!

qui moleza!

Até agora não temos feito nada a não ser destilar no quarto de hotel!

sesta e descanso.

estou a ficar doido! O meu corpo já se queixa de tanto descanso!

Estou a ficar irrequieto e quero treinar. Estou cá para isso!

Hoje vamos treinar, doa o que doer!

A equipa

Hoje chegou o 4º membro da equipa, Pedro Valle Domingues junta-se à jornada!

agora estamos ainda mais fortes!

O calor está insuportável e a ansiedade também

Já estamos no dia de sábado e o treino apanhou-nos.

Já decidimos que iríamos abrandar o ritmo que temos tido (treino pelas 8h, pelas 11h e à tarde).

Ontem até treinámos durante duas horas no parque de estacionamento do hotel.

A dias da competição (uma semana para mim) começa a ser altura de cuidar dos promenores.

Segunda-feira vamos treinar numa academia local que, ao que parece, tem dos melhores competidores do mundo. Vamos treinar com eles as melhores técnicas de combate, o que nos permitirá avaliar, de facto, o nosso nível.

Começo a ficar consideravelmente ansioso com isto da competição. Sei a minha pumsae há muito pouco tempo e só aqui a tenho treinado como deve ser uma vez que em Portugal treinei-a, basicamente, sózinho.

Em termos de combate, o tipo de competição a este nível é puxado ao limite, ou seja, recorre-se a manhas, técnicas disuasoras, fintas e fantochadas que eu desconheço e não estou habituado.

Basicamente, começo a sentir-me muito ansioso, sobretudo porque sei que muitos estão à espera que eu obtenha bons resultados por cá.

Tenho de manter os pés bem assentes na terra e saber o que consigo fazer. O mais importante é ter vindo, o mais importante é estar cá entre os melhores e degladiar-me directamente contra eles.

Temos obtido grandes resultados para Portugal e para o Taekwondo Songahm na Europa. Só isso valeu a pena.

Agora é dar o melhor possível, pensar positivo e manter a "winning attitude".

No final de tudo, quero olhar para trás e sentir que dei tudo o que tinha e que cheguei onde consegui.

ACABOU-SE A PAPA DOCE

Pois é...até aqui houve muito treino mas algumas noites de relax...

agora começam as saladas, a água com limão, o deitar mais cedo e acordar mais cedo ainda.

agora começa o foco puro e duro.

e com ele a ansiedade...

Chafé

O café nos States é abaixo de mau.

é uma água de aquário suja, aquecida no micro-ondas e com um edulcorante a café.

Basicamente, é CHAFÉ!

Hoje conseguimos beber um expresso! Para além de vir num copo do tamanho de uma caneca, a qualidade do mesmo apoximou-se a um nescafé feito em casa...

viva a bica portuguesa!

Uns alongamentos suaves...

Next ou Próxima???

Eram oito da manhã e já estávamos acordados, preparando-nos para o evento com o Grão Mestre. Sabiamos que era para ir de fato e gravata e que iríamos estar perto dele e que, ao que parece, íamos ser entrevistados.

Todos aparelhados, fatos impecáveis, camisas engomadas e algo nervosos, lá fomos nós para o centro de Little Rock.

às 9h já nós estávamos no lounge do Peabody Hotel. Sem demoras, fomos pedir um café e sentámo-nos à espera que o Grão Mestre chegasse.

O tempo ia passando e a nossa ansiedade ia aumentando, sobretudo porque o Grão Mestre nunca mais chegava. Nervosos, fomos até à recepção saber se saberiam dele. Nada. Ninguém sabia.

Às 10 horas, temíamos o pior: enganámo-nos no local...vamos levar uma bronca do pior!

Pedi para ligar para a Casa Central e falei com o Mestre Abair. Intrigado, ele disse-me que iria ver o que se tinha passado.

Voltei a ligar 10 minutos depois e ouvi:

Master Abair: "Sir, I've got news for you"

Eu: "What is it?"

Master Abair: "Well...it's not today Sir..."

Eu: "No?"

Master Abair: "No Sir...it's next friday"

Ah.....

Pronto...e então disse ao Mestre que tínhamos ido ensaiar para que corresse tudo bem na sexta feira que vem...

é o que dá confundir-se "NEXT" com a "PRÓXIMA"...

o dia de amanhã

Parece que amanhã vamos a uma conferência de imprensa com o Grão Mestre e que vamos ser entrevistados...

Vai dar para mais um post!

3º dia de treino

Se ontem já nos doía o corpo, hoje o corpo sofria. Acordámos com algumas dificuldades e seguimos para a Casa Central (passando ainda pela farmácia para presenciarmos o que está no último “post”).

Treinámos logo com o Mestre Abair e revimos as nossas pumsaes ao detalhe. Foi um treino muito importante e útil para nós pois revimos os pequenos “truques” que fazem a diferença na técnica.

O único problema foi o cansaço que se tem acumulado. As pernas estão duras como pedra devido ao excesso de treino muscular e o resto do corpo está tenso e seco. Precisa de descanso.

Após uma hora e meia de treino, muito desequilíbrio e alguma frustração, acabámos o treino e fomos para o balneário. Entretanto, o Mestre sabia que queríamos ver o jogo de Portugal por isso foi tentar mudar a hora do treino da tarde com o Chief Master G.K.Lee.





Cinco minutos depois já estávamos equipados de dobok a treinar com o Chief Master.

Penso que nenhum de nós já se consegui sequer mexer com naturalidade!

O que vale é que o Chief Master G.K.Lee nos apanhou a fazer Tai-Chi e isso criou logo uma empatia especial entre nós. Ele sentiu a matéria que nos faz e gostou.

Mandou-nos sentar e ensinou.

Mostrou-nos 5 estilos diferentes de Tai-Chi, explicou-nos pormenores fascinantes das artes marciais chinesas e coreanas, contou-nos histórias e ensinou-nos técnicas aparentemente básicas mas verdadeiramente potentes. Falou-nos, também, das diferentes funções do Chi e do Ki e da importância de se treinar as artes marciais interiores.

Pratica Tai-chi há mais de 25 anos e já viajou o mundo para aprender.

Hoje aprendi a fazer uma defesa baixa, aprendi a função do braço que não dá o golpe. Depois explico.

O Mestre G.K.Lee é o verdadeiro Mestre tradicional, aquele que se imagina e idealiza. Homem sábio, baixo mas forte que nem rocha, transmitindo um conhecimento interminável e profundo.

Quando o Mestre falava, trazia o Oriente todo consigo.

No final todos estávamos arrepiados.

Jantar de anos do Sr. Reyes

Podiamos ter ido jantar ao centro de Little Rock.



Mas não.



Fomos convidados pelo Mestre Abair para ir jantar a casa dele, na companhia do Chief Master M.K.Lee.


À volta da mesa, este pequno grupo de portugueses tiveram o privilégio de saborear umas boas conversas ao sabor dos bons petiscos feitos pelo Mestre. Contámos histórias, partilhámos experiências, rimo-nos com as inúmeras peripécias que nos têm acompanhado ao longo deste percurso em busca da Mestria.

Pouco depois, bolo de anos aceso e apagado, cartão de anos lido, fomos jogar aos dardos e ao ping pong.



Acontece que o Chief Master M.K.Lee é Mestre, também, em ping pong de garagem! ganhou-nos a todos.



Já o mesmo não se pode dizer dos dardos porque aí o Champ fui eu!ahahaha



Este jantar foi mais do que um bom convívio. Foi uma partilha da empatia que nos une, foi a solidificação dos laços que há muito têm faltado.



O nosso trabalho em Portugal tem compensado. Estamos a ser reconhecidos como bons artistas marciais, sérios e dedicados.



Temos sido acarinhados.

17 anos depois

Resolvemos 17 anos de problemas em duas horas.

O Taekwondo Songahm em Portugal está pronto para o futuro.

2º Dia de treino - O CORPO DÓI!

6h30 da matina e já estamos de pé. Resmunguice ou não, a verdade é que hora e meia depois já estávamos no ginásio a fazer Chi-Kung e Tai-Chi.

Estas práticas são artes marciais interiores, ou seja, estimulam o fluxo de energia interior. Um artista marcial que queira compreender o fundo da sua arte deve estudar este tipo de sistemas pois permitem o contacto interior com um uma força que, de outra forma, é inantingível.

Depois alongámos...

e, finalmente, fomos destruídos pelo treino do Chief Master In Ho Lee...

não imaginam a dureza do treino! Entrámos em colapso físico ao fim de 25 minutos...e ainda faltavam 45 minutos de treino!

Frase do dia: "Your shape is good but it must be excelent"

Comemos e calámos!

O Chief Master, homem de metro e meio, é uma pilha de energia e de motivação. Partiu-nos aos bocados mas sempre com um sorriso!

The Grand Master’s wheels

O Grão Mestre anda de Corvette!!!

Smoooooth….

e o carro da viúva do eterno grão mestre....

O cansaço....

Finalmente, viemos para o hotel descansar. Neste momento, o Pedro Reyes e o Pedro Saragoça dormem profundamente a sua “soneca”…foi o clássico: vou só fechar aqui os olhos por um bocadinho…já lá vão uma hora e meia! O Saragoça ressona!

Primeiro dia de treino

Chegámos à Casa Central (Headquarters) e demos uma volta ao Museu que têm na recepção. Pouco tempo depois fomos assistir a um treino que estava a decorrer. Era o treino dos funcionários administrativos da Casa Central, o qual é obrigatório!

Depois treinámos um pouco os 3 (Pedro Reyes, Pedro Saragoça e eu). Parecia que tínhamos uns troncos no lugar das pernas, uma flexibilidade de ferrugem e uma concentração de bolha de ar. Só coisas boas, sabendo que íamos treinar com os Chief Masters…

Pelas 10 horas chegou o Mestre Abair e estivemos a matar saudades e a falar um pouco sobre tudo e mais nada. (para quem não sabe, o Mestre Abair foi quem nos deu instrução no European Camp, na Suécia, o ano passado. Ele é vice-presidente da Instrução a nível mundial).

Depois de uma volta de reconhecimento às instalações, fomos ter com o Chief Master Mal Kun Lee (8º Dan, Presidente da Instrução a nível Mundial e membro do Conselho de Mestres do Taekwondo Songahm).

Entretanto passa o G.K.Lee por lá e tal…

Fomos, então, treinar com o Chief Master Mal Kun Lee! Duas horas de treino que me fizeram sentir como se nunca tivesse feito Taekwondo na vida!

Ele deu-nos mais umas dicas em como ensinar melhor: usar plastrons para tudo, explicar a aplicação prática de todas as técnicas, ensinar as técnicas da pumsae na sua aplicação prática para a competição de combate e, no fundo, treinar a pumsae de todas as formas possíveis por forma a ensinar tudo o que o Taekwondo Songahm ensina (defesa pessoal, combate, rotura de madeiras, etc…)


Terminado o treino fomos almoçar…

Com o Grão Mestre Soon Ho Lee!

Não sabia bem como me haveria de comportar, se com total humildade (cabeça baixa e só falar quando interpelado) ou mais extrovertido e mostrando um pouco de nós.

Sim…a resposta é óbvia.

Pouco tempo depois lá nos riamos e ainda tivemos oportunidade de falar do futuro do Taekwondo Songahm em Portugal e na Europa (Criação de federações etc…).

O Grão Mestre achou óptimo eu ser colaborador da Abreu Advogados pois o registo de patentes e de propriedade intelectual é sempre importante para a implementação de um projecto destes…eu também achei óptimo que ele se interessasse!

De volta do almoço, passámos pelo Hotel para descansar 20 minutos e lá nos equipámos novamente para ir treinar com o Grão Mestre.

Tivemos o privilégio de ir treinar para a Sala da disciplina, a sala onde o Eterno Grão Mestre se treinava e treinava os seus alunos mais próximos. Foi lá onde tudo começou.

Treinámos durante quase duas horas e fomos corrigidos em muitos pormenores técnicos, tal como: o pontapé lateral, as marcações, a execução da defesa alta e da defesa baixa, as repreparações dos pontapés.

O Grão Mestre deixou clara a sua mensagem, querendo que nos especializemos numa técnica ou numa coisa qualquer que achemos que merece o título de Mestres….Assim o faremos.

No final, fomos até ao seu escritório e cada um de nos teve o privilégio de receber um vaso com uma caligrafia do Grão Mestre. Digo que é um privilégio pois ele apenas costuma oferecer este tipo de “lembranças simbólicas” aos Mestres.

Após um Poster assinado e os devidos agradecimentos, fomos tratar de encomendar os nossos doboks.

Jet Lag

Acordámos às 4 da manhã…

Uma granda jola!!

Depois de 20 horas em viagem, horas à espera do carro, bla bla…queríamos uma jola!!

E assim fomos ali a um sítio cujo nome desconheço e bebemos duas cervejonas cada um!

Quem nega que uma cerveja gelada não faz bem?

Bem me parecia…

Viemos de lá com uma nota de 1 dólar assinada pelo “Nat” com a inscrição: “Welcome to the USA!”.(para quem não sabe, o povo americano é mesmo muito simpático e hospitaleiro).

Tirámos uma foto com a Cármen, a barmaid locar e uma risota de pessoa!

e com mais uma ou duas...

dormimos que nem bébés…

Chegada à Casa Central

Não resistimos e fomos até à Casa Central (Headquarters) só para tirar uma foto!

Pedro Tânger e Pedro Saragoça

O HOTEL

...simplesmente, NO COMMENT!


Beira de estrada, gerido pelo Mr. Patel, do Gujarat, cheiro a mofo e clientes duvidosos.

Enfim…

Já trocámos de quarto duas vezes devido ao barulho. Agora estamos no quarto 128, caso alguém queira ligar para o KNIGHT’S INN em Little Rock!

Mas tudo bem…faz parte. Um dia ficarei no Peacock ou no Hilton aqui da zona.




PS: não imaginam o cheiro a caril que a recepção me proporcionou! Rico em especiarias variadas e a coisas que eu nunca consegui perceber mas que fazem o massala ser encarnado. Cheira a isso tudo e assim mais qualquer coisinha querida e pirosa.

Diferenças culturais

“É pá…tenho de me lembrar que isto está em milhas…”





(estávamos a 110 mph contentes da vida…)

Técnicas comerciais menos claras

USA = comércio.

Tudo bem.

Menos quando a reserva pela Internet me diz que vou pagar 450 dólares por um carro e, assim que chego ao guichet me dizem:

Esse valor não inclui:

-seguro
- gps
- taxa de qualquer coisa
- outra coisa que não percebi mas que me pareceu importantíssima na altura

Basicamente, a conta ficou em 893 dólares.

Sim…o DOBRO!!!! Fiquei escandalizado mas a única reacção que tivemos foi:

“éeeeeee páaaaaa…., o quê??? 900 dólares??..fod….isso é muito dinheiro! estes gajos…éeeeeeeeeeeee páaaaa….”

E repetimos isto umas vezes.

A cabeça não dava para mais.

Boa notícia: não havia carros económicos e deram-nos um SUV tamanho família pelo mesmo preço. Cruising!

Elvis!

Este foi O momento da passagem pró Memphis. Pois é, tinha de cumprimentar o KING!

(o estado de turista permite-nos ir directo ao que nos dá gozo sem nos perdermos nas múltiplas consequências nefastas que isso nos pode, i.e., liberta-nos do medo do ridículo. Bendita liberdade!)

O Bafo:

Está um bafo em Little Rock! 35 graus e mil por cento de humidade…faz-me lembrar os tempos de Goa…

A música na viagem

A ir para Amsterdão relaxei a ouvir o Sound Track do filme “Amélie”, composto por Yann Tiersen.

Para mim, “Le moulin” é a expressão da emoção melancolicamente cristalina da alegria por compreender. Sublime.


Na viagem entre Memphis e Little Rock não resisti em ouvir um pouco de casa e fechei os olhos à voz coloridamente potente de Mariza.

Gente da minha terra e Maria Lisboa aconchegaram-me por uns instantes que pareciam dilatar-se em mim. Foi uma massagem ao corpo cansado e à mente que já nem conseguia brincar.

Mas o que não dá mesmo…

É sentir-me uma lata de sardinha durante 9 horas!

Qual sardinha? Eu era um grão de milho naquelas latas pequeninas!

Doíam joelhas, costas, cabeça…até o cabelo me doía!

Mas aproveitei para ver o 10.000 A.C (parece um livro do Paulo Coelho, cabalístico, o herói que se procura, etc...), o Cat Woman (triste) e o Cars (muito bom!).

A viagem interminável

Então vejamos: Lisboa – Amsterdão : 3h
3 horas em Amesterdão
9 horas de Amesterdão a Memphis
3 horas em Menphis
35 minutos até Little Rock!


Primeiro problema: o meu medo perfeitamente ridículo de andar de avião!

Tudo bem, se cair caiu mas não me façam é passar pelo espaço que separa a hipótese de queda e a queda em si!

O momento que mais me assusta são as ideias que me assombram quando me sento naqueles bancos. Sento-me, friamente calado e começo a observar as asas, os parafusos das asas, as cores das tintas, os parafusos do corredor, os encaixes dos bancos e tudo mais o que seja observável. Então o avião começa a andar e aí começo paranóico com os barulhos.

Enfim…fico doente com o que não acontece mas com tudo o que projecto, magico e mastigo mentalmente.

È interessante como a nossa mente nos pode prender cadavericamente nos seus meandros. Mais curiosa ainda é a nossa capacidade de nos apegarmos a essa prisão.

Então lá estou eu a nadar na maionese, alegre e entretido com o meu próprio inferno.

No momento da descolagem suo das mãos.

Acalmo quando o avião estabiliza, isto, claro, se não me deixar levar por outros pensamentos igualmente destrutivos.

A verdade é que todos temos uma capacidade infindável de pensar a desgraça mas uma incapacidade esgotante de projectar o sucesso! Pensamentos negativos e destrutivos são apenas muletas para as nossas inseguranças. O meu estado de medo é simplesmente a forma que eu tenho para não me conformar com a inevitável falta de controlo sobre o meu presente (faz-me lembrar aqueles que passam o tempo todo a travar no lugar do “morto”).

Enfim…é sempre um sofrimento mas, para variar, acabei por ir descontraindo ao longo da viagem e relaxando a minha vontade omnipotente de querer controlar o avião.